Levantamento conduzido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) em parceria com a Sociedade Europeia de Medicina Respiratória (ERS) analisou os resultados do exame laboratorial Xpert MTB/RIF para triagem de tuberculose resistente a medicamentos em pacientes portadores ou não do vírus HIV.
Dia 24 de março é a data de atenção e mobilização contra a tuberculose (TB), doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, e que afeta sobretudo os pulmões.
A ocasião chama a atenção para as pesquisas mais recentes de diagnóstico e tratamento da forma multirresistente da doença, ou seja, resistente a mais de um antibiótico utilizado no tratamento da doença: rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) ou etambutol (E), disponibilizados no Brasil pelo SUS.
Dia Mundial da Tuberculose: Brasil registrou cerca de 84 mil casos em 2015, sendo 1.900 resistentes ao tratamento.
“Para o diagnóstico da doença, o sistema de saúde disponibiliza testes laboratoriais de baciloscopia (escarro) e cultura, além do exame raio-x de tórax. Uma opção mais recente é o teste Xpert MTB/RIF, para detecção e triagem da tuberculose resistente a rifampicina, com resultados em cerca de 2 horas”, explica a penumologista Dra. Denise Rossato Silva, coordenadora da Comissão Científica de Tuberculose da SBPT e uma das autoras do estudo.
Utilizando o Xpert MTB/RIF, os pesquisadores examinaram um grupo de 407 indivíduos com idade entre 42 e 62 anos (58,5% homens; 76,9% brancos; 70% fumavam ou já haviam fumado; 23,9% tinham histórico anterior de tuberculose e mais de 10% era portador do vírus HIV), em estudo de coorte feito entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016.
O levantamento que o exame demonstra mais acurácia quando comparado ao teste de cultura – dos 108 casos positivos de tuberculose detectados pelo Xpert, 33 foram apontados como negativos em exames de cultura.
Além de novos métodos de diagnósticos, os pneumologistas têm testado novos tratamentos com medicamentos como clofazimina, carbapenema e linezolida que, em breve, poderão revolucionar a terapia contra a tuberculose multirresistente. Atualmente, o tratamento segue uma combinação de sete medicamentos por um período de um ano e meio, com fortes efeitos colaterais, o que torna a adesão dos pacientes ainda mais difícil.
Em 24 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Rede TB, entre outras instituições de saúde de todo o mundo propõem a disseminação de informações para combater a tuberculose. No Brasil, o investimento em pesquisa sobre as formas multirresistentes da TB, a prevenção da infecção em pacientes com o vírus HIV, além de melhores condições sociais para população são desafios a serem cumpridos para combater a doença.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia